domingo, 8 de maio de 2011

- Não ter você comigo

Não ter você comigo é como assistir a um amanhecer que não tem sol pra nascer, como navegar sem bússola pra me guiar.
 
Não ter você é como estar frente a uma pintura de Klimt sem olhos pra vê-la ou sentimentos pra entendê-la.
 
Não ter você comigo é como ler uma história que nunca foi escrita, é como ter uma fé que não acredita. 
 
Não ter você comigo é como ouvir Nessun Dorma  sem o sentido da audição, sem ter lágrimas para chorar de emoção. 
 
Não ter você comigo é como tentar voar preso ao chão, como tentar amar sem coração.
 
Não ter você comigo é como caminhar sem poder jamais descansar, como mergulhar nas profundezas do mar sem tubo de ar pra respirar.
 
Não ter você comigo é como entrar na Grotta Azurra e não poder nela admirar o azul mais deslumbrante que o Criador pode criar.
 
Não ter você comigo é como escrever sem ter nada pra dizer, é como viajar sem lugar nenhum pra conhecer.
 
Não ter você comigo é como um carnaval sem folia, uma criança sem alegria, uma canção sem melodia.
 
Não ter você comigo como é estar na Capela Sistina sob uma cortina, sem poder contemplar o que as mãos de Michelangelo conseguiram pintar.
 
Não ter você comigo é como ir ao Chalezinho sozinho, é como ser uma ave sem ninho, é como retirar a uva do vinho.
 
Não ter você comigo é viver em saudade. 
É ter sem nada ter, é ser sem poder ser. 
É viver pela metade.

 

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