terça-feira, 5 de abril de 2011

A Ultima Carta

E o meu amado o que diria se eu partisse? O que diria se estes versos não ouvisse? O que teria em suas mãos senão um corpo dessangrado, cheio de carne, de suspiros, de delírios apaixonados?  
Faltaria porém, o recheio das idéias, a loucura e a razão, que transformam um encontro sem graça em tremenda paixão! 
Mas não tema meu querido que esse amor desapareça, pois ele é amado ao mesmo tempo por um corpo e uma cabeça.
O corpo ele pode beijar e cheirar, fazer do corpo mulher. Mas a cabeça o possui, manipula, e faz dele o que quer!
Haja o que houver, do meu amor esse garoto foi o rei. Digam a ele que com o corpo ou a cabeça, eu sempre o amarei.
A marca desta lágrima testemunha que eu o amei perdidamente, em suas mãos depositei a minha vida, e me entreguei completamente.
 Assinei com minhas lágrimas, cada verso que lhe dei, como se fossem confetes de um carnaval que não brinquei.
 Mas a cabeça apaixonada delirou, foi farsante, mascarada, foi amante que amando, nunca amou!

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