sexta-feira, 1 de junho de 2012

# Espelho


Hoje eu senti saudade de mim, e de tudo aquilo que eu costumava ser. Senti falta de ouvir minha própria risada estrondosa, e do meu velho e bom cabelo ruim. Pensei ter visto em algum lugar uma garota risonha com olhos mais risonhos ainda, Mas constatei o que já sabia: ela sumiu.

Impressionante como crescemos assim, e de repente não somos mais quem éramos. Doloroso, eu diria. 
Eu me procuro entre minhas velhas cartas e poemas, e só encontro pedaços de coisas que um dia eu fiz. E no espelho eu encontro outra pessoa, uma pessoa que eu me tornei. Confesso que as vezes eu nem a reconheço, mas basta olhar em seus olhos, e encontro nela os mesmos sonhos que tive. Sonhos incompletos, como poesia que se escreve durante a madrugada, e se dorme sobre o papel.

Aquela moça de cabelos escuros (ta, eu não sou loira de nascença kk ), em nada lembra a menina magrinha e de sorriso fácil que eu deixei bem longe daqui. No dia em que coloquei na mala, apenas o sonho de liberdade. 
O preço da liberdade é esse, você cresce, e de repente, quem é você? Você é apenas um rosto pintado, em cima de um salto?
Talvez, mas eu aprendi que a vida não é fácil, e que sacrifícios devem ser feitos.

Eu só queria que as pessoas entendessem, que eu faço piada e vivo rindo. Mas antes de dormir eu choro calada, porque eu preciso ser forte. Porque eu escolhi ser forte, e crescer. E quantos papéis eu continuo molhando, tentando encontrar aquela menina que eu perdi.

O que me alegra é saber, que quando eu posso ser eu, e somente eu, me olho no espelho e de repente uma lágrima desce:
Eu ainda sou aquela menina, eu ainda tenho olhos risonhos e gosto das mesmas músicas, e por debaixo de todo aquele blush, quem conhece sabe, a menina não cresceu, ela apenas se fantasiou de gente grande. 

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